Nesta 4ª partida do nosso lendário Neri Silveira, vamos falar de uma partida entre dois lendários e monstros do xadrez brasileiro, o seu oponente dessa vez é o lendário Alexandru Segal.
Um pouco da história do lendário Alexandru Sorin Segal ,
Alexandru Segal, com apenas dez anos de idade, já estava classificado entre os enxadristas de primeira categoria da Romênia, tornando-se mais tarde campeão europeu juvenil Sub-26. Em 1968 sagrou-se campeão universitário. Participou de finais nacionais e seguiu representando o Brasil em diversos eventos internacionais. Venceu inclusive o Grande Mestre alemão Robert Hübner e empatou com o Grande Mestre húngaro Zoltán Ribli, vencedor do Interzonal de Las Palmas.
Em 1970 completou o seu bacharelado em Ciências Econômicas e em 1971 veio residir no Brasil, onde frequentou ativamente o Clube de Xadrez São Paulo desde os anos 60.
Em 1972 sagrou-se campeão paulista e no ano seguinte tornou-se o vice-campeão brasileiro, classificando-se para a Olimpíada de Xadrez que foi realizada na cidade francesa de Nice, onde representou o Brasil e obteve a melhor percentagem por equipe. Em 1978 representou novamente o Brasil nas Olimpíadas de Xadrez de Bueno Aires. Esteve presente em mais três oportunidades nas Olimpíadas (1982, 1984 e 1986).
Como Campeão Brasileiro em 1974, participou do Pan-Americano no Canadá obtendo um excelente 39º lugar, alcançando assim a primeira norma de Mestre Internacional. Obteve a segunda norma no Torneio Cidade de São Paulo em 1977, e o título de Mestre Internacional lhe foi concedido no mesmo ano pela Federação Internacional de Xadrez (FIDE). Participou de finais do Campeonato Brasileiro por diversas vezes e se classificou como titular da equipe que representou o Brasil no ano de 1982 na Suíça.
Em sua carreira de sucessos, foi bicampeão de Santa Catarina no anos de 1980 e 1981. Foi tetracampeão paulista (1972, 1976, 1991 e 1993) e Bicampeão Brasileiro (1974 e 1978). Foi também recordista brasileiro de simultâneas com 155 partidas. Defendeu por cinco vezes o Brasil nas Olímpiadas de Xadrez. Gostava de dizer que era "olímpico". Participou de mais de 900 torneios nacionais e internacionais.
Em 1972 lançou seu primeiro livro sobre o match entre célebre enxadrista norte-americano Bobby Fischer e campeão soviético Boris Spassky, pela Editora Brasiliense, cuja edição esgotou-se ainda em 1973. Em 1982 publicou o seu segundo livro "Fundamentos da Tática" pela Editora Colúmbia.
Segal atuou como instrutor de xadrez em vários clubes, ministrou palestras em todo o Brasil. Colaborou como jornalista especializado em enxadrismo durante oito anos para o jornal Folha de S.Paulo e também escreveu no Jornal da Tarde. Foi comentarista no Jornal da Globo, noticiário noturno da TV Globo, durante o Interzonal do Rio em 1979. Atuava ainda como Árbitro Internacional desde 1984.
Foi um dos primeiros profissionais de xadrez no Brasil, ao lado dos mestres Hélder Câmara, Antônio Rocha e Herman Claudius. Nos anos 70 eles eram conhecidos como os "Quatro Grandes" do enxadrismo brasileiro. Segal chegou a alcançar 2.415 pontos de rating FIDE. Era um enxadrista carismático e tinha uma memória prodigiosa. Segal repetia sempre que o Grande Mestre Gilberto Milos era o enxadrista brasileiro mais forte que já enfrentou.
Segal criou muitas expressões no xadrez, dentre elas a "Passadinha Segalesca", uma espécie de golpe tático em finais, onde se sacrificam peões para promover um deles a dama. Gostava de brincar dizendo que "se o jogo de xadrez não tivesse dama, seria grande mestre".
No seu repertório de aberturas, Segal incluía a Abertura Larsen, a Defesa Alekhine e a Benoni cerrada, dentre outras. Possuía um estilo posicional sólido e jogo muito firme, tendo sido um excelente tático.
Faleceu numa terça-feira, dia 6 de janeiro de 2015, aos 67 anos de idade.
Obras publicadas
Campeonato Mundial - Fischer x Spassky. Editora Brasiliense, 1972.
Fundamentos da Tática. Gráfica Editora Colúmbia, 1982.
Vale apenas conferir mais essa bela partida: